Respeitável público!

No ultimo dia 12 fui convidado por um amigo a assistir um debate, que aconteceria na lona cultural do projeto Crescer e viver, entre o ministro da cultura e representantes de alguns importantes movimentos culturais da cidade. Saímos de Santa e fomos de bicicleta até a praça onze. Chegando lá percebi que a galera estava bem animada com a idéia de se reunir com as autoridades culturais, assinei meu nome numa lista de presença e logo depois passamos a fazer parte da muvuca organizada. Meninos e meninas do projeto Crescer e viver aproveitavam para apresentarem as técnicas circenses que eram desenvolvidas na lona cultural e, misturados a diversos outros atores do picadeiro, emprestavam um tom lúdico ao debate facilitando assim uma maior aproximação dos que por ali passavam.

Estavam presentes no centro do picadeiro o ministro Juca Ferreira, alguns secretários de cultura, representantes da Unesco, Funarte, Alerj, Câmera dos deputados, Câmera dos vereadores e, na parte dos movimentos culturais cariocas, estavam representantes do Teatro de Anônimo, Intrépida Trupe, Crescer e Viver, Off-Sina, As Marias da Graça, Irmãos Brother's, A Cena da Cidade, ONG´s, e diversos circos tradicionais. O debate estava bem equilibrado. De vez em quando um palhaço passava na arquibancada vendendo pipocas e doces variados. Tinha uma barraquinha vendendo algodão doce também, só faltaram as maças do amor. O ministro Juca Ferreira ia respondendo às perguntas e explicando a necessidade do apoio popular para aprovação na mudança da lei Rouanet. "Só assim o Brasil poderia assistir uma democratização na distribuição equitativa das verbas destinada ao setor". Segundo números do IBGE, usados muito bem no evento, mais da metade dos 1,3 Bilhôes do orçamento anual ficam com a região sudeste. 14% dos brasileiros vão ao cinema, 92% nunca entrou em um museu, 93% nunca foi a uma exposição de arte e que 3% dos agentes culturais que tem acesso aos incentivos detém mais da metade de todo o dinheiro. Nas palavras do ministro, “estamos vivendo uma verdadeira apartheid cultural, é um jogo de cartas marcadas! Temos que acabar com esse negócio de que as empresas só investem em projetos que tenham retorno de marketing. Se elas quiserem fazer marketing que façam do seu próprio bolso! O dinheiro da renuncia fiscal é um dinheiro público e tem que ser usado de forma pública, o que está acontecendo é uma privatização do dinheiro público" concluiu Juca ferreira.

A discursâo estava muito boa, achei muito importante a parceria entre o ministério da cultura e o IBGE, fantástica! Fica muito mais fácil produzir um plano nacional dessa forma. Mesmo estando todos muito animados com o encontro não era difícil perceber na plateia a descrença no governo. Do meu lado um grupo de alunos da escola nacional de circo aplaudiram quando se falou em maiores verbas. Logo depois era vez do pessoal do teatro e assim o espetáculo ia chegando ao fim. Depois de me despedir dos conhecidos peguei minha Bike e durante o percusso de volta pra casa nâo me saia da memória a imagem onde as autoridades políticas estavam no picadeiro e os movimentos culturais na política. Nada mal né...

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